É interessante observar o quotidiano de uma cidade pequena como Livramento de Nossa Senhora. Daria até para pensar como seria divertido e agradável viver numa comunidade assim. Seus espaços calmos, o verde abundante, pessoas próximas, todo mundo conhecido. Mas, como qualquer aglomerado urbano, ela possui sua complexidade social e política. Os habitantes se interagem, circulam pelos logradouros, que são lugares que a todos pertencem. Para viver e, principalmente, conviver, necessitam da organização comunitária, regida por uma administração comum, que se torna pública.
Nesse contexto, surge o elemento político, cujas regras são determinadas pela democracia, que significa a prevalência plena dos direitos individuais e coletivos, com a preponderância destes. Esse elemento político deveria ser puro, funcionando nos limites da ciência e da técnica, como garantia de que de ninguém será tirado o que por direito lhe pertence, bem assim da certeza da justiça. Para isso, criam-se as leis, às quais a coletividade deve se curvar e por elas ser protegida.
Mas infelizmente não é assim que acontece, mormente em Livramento, ameaçado por um provincianismo cultivado, que se mistura com elementos evoluídos do processo civilizatório. É perfeitamente distinguível a existência de micro mundos, destacando-se entre eles o dos espertos, no qual se encontram alguns políticos, e o dos que demonstram preocupação apenas ante a riqueza material, pela via do trabalho. Estes ou financiam a política, na ânsia de ganhar sempre mais, ou pendem para um outro micro mundo, formado pelos apáticos e céticos.
O lamentável é que cada comportamento desses torna-se, isoladamente, nocivo para a coletividade como um todo, gerando desagregação, egoísmo e obstacularizando o desenvolvimento. O que se esperaria de uma organização social próxima do ideal seria a existência de um pensamento igualmente coletivo, que assegurasse a manutenção dos interesses, tanto individuais como públicos. Ou seja, a comunidade inteira estaria sempre alerta e pronta para lutar por isso, tão logo se vislumbrasse qualquer ataque.
Isso inclui a própria eleição dos dirigentes, onde haveria total possibilidade de exclusão dos aproveitadores habituais, evitando-se chegar ao que hoje temos, que é a divisão degradante e até mesmo humilhante da comunidade em dois números - 15 e 25. Esse é o sinal mais visível e contundente a mostrar que somos, sob esse aspecto, uma comunidade plantada no fundo do poço, que perdeu até mesmo a capacidade de questionar sobre o que, na verdade, significam tais números, além de meras identificações eleitorais.
Para tornar a situação ainda mais angustiante, os patronos desses números, hoje Carlos Roberto Souto Batista, de um lado, e Emerson Osório Pimentel Leal, do outro, não apresentaram e nem têm qualquer plano estrutural, de médio e longo prazos, efetivamente voltado para o benefício da população livramentense. Não há nada que indique estarem eles preocupados com o bem-estar coletivo e a defesa daqueles direitos pessoais e sociais. Nenhum deles apresentou uma ideologia, para que acreditemos nela. Tudo gira em torno de processos eleitorais periódicos, fomentando a praga do fisiologismo e do clientelismo.
Há uma forte tendência pelo Brasil e pelo mundo de se construir uma sociedade organizada, para a defesa dos mais variados interesses, como meio ambiente, proteção das minorias, desenvolvimento da religiosidade, combate aos políticos corruptos, enfrentamento da pobreza e muitos outros temas. Penso que seria o momento de pensarmos nisso, urgentemente, antes que nos roubem tudo e nos aniquilem de vez. Uns não podem ficar ricos a custa do erário e em detrimento do coletivo. As futuras gerações, cujas sementes estamos lançando através dos nossos filhos e netos, merecem e exigem nossa reflexão, agora.
Não é a ULES 1........................................................................
Um grupo de estudantes de Livramento reuniu-se, recentemente, para refundar, como disseram, a ULES, tendo ocorrido a divulgação do estatuto da entidade e eleita a diretoria. Na verdade, o que parecia uma boa notícia, foi apenas a utilização da velha sigla, pois criaram outra entidade, a "União Livramentense de Estudantes", tão somente para reger as residências estudantis, mantidas pela prefeitura local, em Vitória da Conquista e Salvador. A velha sigla significava "União Livramentense dos Estudantes Secundários".
Não é a ULES 2........................................................................
A alínea "b", parte final, do art. 2º do Estatuto da ULES (União Livramentense de Estudantes) estabelece que "Cabe ao Poder Público Municipal a responsabilidade em locar um imóvel, até sua compra definitiva, destinado à assegurar a sua manutenção (das residências), bem como locar recursos para despesa de água, luz e funcionários". Trata-se de uma inserção imprópria, uma vez que somente lei específica, aprovada pela Câmara de Vereadores, poderia estabelecer tais encargos.
Não é a ULES 3........................................................................
Na reunião que criou a nova ULES, o professor Zeferino Ângelo, em muito bom discurso, alertou os estudantes que "o movimento estudantil tem de ser político, sem se enveredar pelo partidarismo, mas no sentido de participar dos movimentos sociais". Todavia, lembramos, a ULES está manietada e cooptada pelo prefeito atual, que é de um partido, e é quem supre financeiramente as residências que a entidade representa.
Mesmo discurso.....................................................................
Na primeira reunião com seus comandados, em Livramento de Nossa Senhora, o ex-prefeito Emerson Leal e seu filho, deputado Nelson Leal, de volta às bases, pediu desculpas pela ausência e abandono em que os haviam deixados, prometendo resgatá-los do esquecimento e nunca mais deixá-los. Todos responderam amém e nem mesmo pensaram que 2006 é ano eleitoral, quando os mesmos discursos serão retomados.
Saudando o chefe.................................................................
Sem querer, ou querendo, o Sindicato dos Professores de Livramento deu uma espécie de boas vindas ao chefe político e ex-prefeito Emerson Leal, ao divulgar panfleto comparando a arrecadação e gastos de recursos do Fundef entre 2004 (administração passada) e 2005 (administração atual). Em resumo, diz que Emerson Leal arrecadou menos (R$2,143 milhões) e pagou R$660,00 a cada professor, enquanto Carlos Batista arrecadou mais (R$2,662 milhões) e nada pagou aos docentes.
Sobrando dinheiro...............................................................
O jornal A TARDE publicou recente reportagem denunciando que as câmaras de vereadores do Brasil, incluindo naturalmente a Bahia, estão nadando em dinheiro. É que o Tribunal Superior Eleitoral mandou reduzir a quantidade de vereadores, mas não determinou a redução proporcional da verba repassada pelas prefeituras. Algumas câmaras estão devolvendo parte da sobra, mas a maioria aproveitou para realizar obras supérfluas e aumentar salários. Faltam ser divulgados dados da Câmara de Livramento.
Francos atiradores..............................................................
O desmonte da união que elegeu Carlos Roberto Souto Batista, prefeito de Livramento, gerou expectativa sobre as discussões no Legislativo, a partir de fevereiro. Especula-se que haverá três blocos debatendo: bancada do silêncio, se resolver falar (João Louzada, Leandro Araújo); situação propriamente dita (Ilídio Castro e Marilho Matias); oposição, que é minoria (Paulo Lessa e Paulo César); e os proscritos, que se transformaram em francos atiradores (Everaldo Gomes, Wagner Assis e Ricardo Matias).
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